ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 28.02.1997.

 


Aos vinte e oito dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães e Sonia Santos. Ainda, durante a presente Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Fernando Záchia, João Motta, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol e Tereza Franco. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 80/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 206/97, do Senhor José Fortunati, Secretário do Governo Municipal; 01/97, do Vereador Célio José Garlet, Presidente da Câmara Municipal de Pinhal Grande/RS; 0l/97, do Vereador Pedro Farias de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de São José das Missões/RS; 01/97, da Vereadora Evanilda Guimarães, Presidenta da Câmara Municipal de São Nicolau/RS; 01/97, do Vereador Secundino Rosa de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Caçapava do Sul/RS; 03/97, do Senhor Enoque Soares Cavalcante, Professor da Universidade Federal do Piauí; 103/97, do Vereador Alcy Paulo de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Canoas/RS; 199 e 313/97, do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e Segurança /RS;e s/nº, da Câmara Municipal de Itatiba do Sul/RS; Telegramas: do Senhor João Luiz Vargas, Deputado Estadual/RS; do Senhor Ciro Simoni, Deputado Estadual/RS e Cartão da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 21/97 (Processo nº 648/97); pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Guilherme Barbosa, 01 Pedido de Informações nº 22/97 (Processo nº 704/97); pelo Vereador João Dib, 01 Pedido de Informações nº 23/97 (Processo nº 724/97); pelo Vereador Nereu D'Ávila, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 19/97 (Processo nº 604/97), pelo Vereador Paulo Brum, 01 Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 142/96 (Processo nº 2233/96). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 86/GP (Processo nº 742/97), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,  solicitando  autorização legislativa para seu afastamento do País no período de quatro a seis de março do corrente. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a visita do Coronel Irani Siqueira, Representante do Comando Militar do Sul, e comunicou que se ausentará do Plenário, a fim de representar a Casa, juntamente com os Vereadores Isaac Ainhorn e Pedro Américo Leal, na solenidade de passagem da Chefia do Estado Maior do Comando Militar do Sul, do Senhor General de Brigada Edson Machado ao Senhor General de Brigada Gustavo Adolfo Castro Dutra de Menezes. Ainda, deu conhecimento ao Plenário de que estará presente à abertura do Seminário Estadual de Prefeitos do Partido dos Trabalhadores, a ser realizado hoje  no Plenário Otávio Rocha. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 05 e 10/96; o Projeto de Lei do Legislativo nº 09/97, discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn; o Projeto de Lei do Legislativo nº 18/97, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Executivo nº 05/97; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 10/95; o Projeto de Lei do Legislativo nº 111/95, discutido pelo Vereador Décio Schauren; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 90, 158, 159, 166 e 167/96; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 22/96; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 02 e 03/97; os Projetos de Resolução nºs 01, 02 e 03/97; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 10 e 20/97; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 03 e 04/97; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 73, 140, 142, 152, 153, 162 e 172/96; os Projetos de Resolução nºs 04 e 05/97. Durante o período de Pauta, os Vereadores Cláudio Sebenelo, João Dib e Isaac Ainhorn formularam Questões de Ordem a respeito da interpretação dos artigos 151 e 229 do Regimento, e da possibilidade de combinação dos tempos previstos naqueles artigos, esclarecendo o Senhor Presidente que os oradores inscritos para discussão de Pauta devem ater-se aos projetos constantes da mesma, não podendo se manifestar sobre outros assuntos. A seguir, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Paulo Brum, no período de vinte e oito de fevereiro a dois de março do corrente ano, declarando empossado na Vereança o Suplente Jocelin Azambuja, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como da prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando, ainda, que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. A seguir, na forma do § 7º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Jocelin Azambuja, que manifestou sua satisfação em voltar a esta Câmara, a fim de poder contribuir para o fortalecimento da democracia. Teceu considerações a respeito de Vetos enviados pelo Senhor Prefeito Municipal a esta Casa, em especial aos apostos a projetos referentes à criação do Corpo de Balé e Dança de Porto Alegre e à Ciclovia do Estudante. Em continuidade, o Senhor Presidente deferiu Requerimento verbal do Vereador Cláudio Sebenelo, solicitando seja retirado dos Anais pronunciamento feito por Sua Excelência no período de Pauta. Em  COMUNICAÇÃO DE LÍDER,  o  Vereador Carlos Garcia cumprimentou  o  Vereador Jocelin Azambuja pela posse de Sua Excelência e posicionou-se contrário à campanha publicitária atualmente veiculada pelo Curso Supletivo Monteiro Lobato. O Vereador Fernando Záchia classificou como improcedentes as notícias divulgadas pela mídia, segundo as quais o Senhor Atílio Manjori Júnior, Presidente do Clube de Diretores Lojistas de Porto Alegre, seria convocado para depor perante a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos desta Casa para dar explicações sobre a campanha "Liquida Porto Alegre". O Vereador Luiz Braz elogiou declarações do Vice-Prefeito José Fortunati, de que o Partido dos Trabalhadores pretende realizar maiores estudos antes da decisão final sobre o local de construção da pista de eventos de Porto Alegre. Ainda, defendeu a retirada, pelo Executivo Municipal, do projeto relativo ao novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre os avanços atualmente observados na área da ciência médica, salientando a importância da nova lei de transplantes sancionada pela Presidência da República e enfatizando a necessidade de realização de ampla campanha educativa sobre o assunto. O Vereador Nereu D'Ávila apoiou a realização de amplo debate nesta Casa, com a participação dos Vereadores, do Governo Municipal e de todas as entidades interessadas, visando definir o local mais adequado para a construção da pista de eventos da Cidade. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 03/97 (Processo nº 744/97), após ser encaminhado  à votação pelo Vereador João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 43/97 (Processo nº 751/97 - representação externa ao II Encontro Porto Alegre em Buenos Aires), de autoria dos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Pedro Américo Leal e Eliseu Sabino. Às dez horas e trinta e sete minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às  dez horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de "quorum", reiniciando-se a ORDEM DO DIA. Foi aprovado o  Requerimento nº 26/97 (Processo 599/97- Grande Expediente para homenagear o Dia da Criança), de autoria da Vereadora Sônia Santos. Foi aprovado o Requerimento nº 39/97 (Processo nº 733/97 - Moção de Repúdio à propaganda veiculada pelo Curso Supletivo Monteiro Lobato), de autoria do Vereador José Valdir, por quinze Votos SIM, oito Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, José Valdir, Jocelin Azambuja, Cláudio Sebenelo, João Dib, Clênia Maranhão, Carlos Garcia, Reginaldo Pujol, Maria do Rosário e Lauro Hagemann e submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário e Renato Guimarães, votado Não os Vereadores Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Sônia Santos,  Tereza  Franco  e  Jocelin Azambuja e optado  pela  Abstenção os Vereadores <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Hélio Corbellini, Lauro Hagemann e Reginaldo Pujol e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Luiz Braz, Sônia Santos, Eliseu Sabino, Jocelin Azambuja, Nereu D'Ávila e Isaac Ainhorn. Foi aprovado o Requerimento nº 41/97 (Processo nº 748/97 - Moção de Apoio e Solidariedade à Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal que investiga irregularidades na emissão de títulos públicos), após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gerson Almeida reportou-se ao caso do funcionário da Secretaria Municipal de Obras e Viação que é portador do vírus HIV, relatando medidas tomadas pela Prefeitura Municipal e registrando que, até o momento, o referido funcionário não se submeteu ao exame laboratorial para comprovar sua situação de soropositivo. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador Juarez Pinheiro comentou afirmações feitas pelo Senador Roberto Requião, de críticas à forma como são encaminhados os processos de instalação de montadoras de veículos no País, analisando, em especial, a questão da dispensa de encargos públicos e da criação de empregos. Às doze horas e vinte e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Carlos Garcia. Do que eu, Guilherme Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Fazemos questão de registrar a visita do Coronel Irani Siqueira, Assessor Parlamentar para a Região Sul,  do setor militar. Trouxe-nos uma agenda muito bonita do Centro de Comunicação Social do Exército e também "O Noticiário", produzido regularmente, através do Boletim Noticiário do Exército.

Dentro de alguns minutos, vamo-nos retirar, em representação da Câmara, para a cerimônia de passagem de chefia do Estado Maior do Comando do Sul, do General de Brigada  Edson Machado ao Exmo. Sr. General  de Brigada Gustavo Adolfo Castro Dutra de Menezes. Nessa representação, teremos a honra de estar acompanhados do Vice-Presidente Isaac Ainhorn, especialmente convidado, e do Ver. Pedro Américo Leal, especialmente convidado pelo Comando Militar do Sul. Estaremos em três representações neste importante evento da área militar.

Está sendo aberto, neste instante, no Plenário Otávio Rocha, o Seminário Estadual de Prefeitos do PT com a direção  política, do qual estamos convidados a participar da cerimônia de abertura.

Está entre nós a Economista, Cientista Política, Maria da Conceição Tavares, que deverá fazer uma visita rápida a este Plenário.  Para este Seminário, em que estará presente Maria da Conceição Tavares, estão convidados vários partidos  além do PT, proponente do seminário com os prefeitos, vários partidos que fazem frente do chamado Bloco Progressista, entre eles, com assento nesta Casa, o PDT, PSB,  PCB,  PS  e os que não estão aqui: PC do B,  PV e PCB.

Queremos também informar aos Srs. Vereadores que, por decisão da Mesa, aceitamos o convite para a participação deste Legislativo, junto com o Prefeito Municipal, na visita a Buenos Aires, nos dias 4, 5 e 6, quando se realizará o IIº Encontro Porto Alegre em Buenos Aires. De acordo com critérios que vêm sendo adotados desde dois anos atrás, onde aconteceram outros eventos semelhantes, os Vereadores indicados para esse Encontro são: o Presidente, O Ver. Pedro  Américo Leal e o Ver. Eliseu Sabino. Depois haverá a votação deste processo em razão de que não só a representação deve ser oficial, mas, também, a concessão de três diárias a cada um dos Srs. Vereadores.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0870/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/96, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que modifica o art. 12 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, suprimindo o parágrafo único e acrescentando dois parágrafos, para definir as construções que devem ter ramal predial individualizado por economia. (medição do consumo de água) Com Emenda nº 01.

 

PROC. 1389/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/96, de autoria da Verª. Clênia Maranhão, que dispõe sobre o regime disciplinar dos funcionários públicos do Município de Porto Alegre, alterando dispositivos da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985. (assédio sexual) Com Emendas nºs. 01 e 02.

 

PROC. 0536/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/97, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a obrigatoriedade da abertura do comércio varejista do Mercado Público Central aos domingos pela manhã.

 

PROC. 0589/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Reverendo Padre Florindo Cimán.

 

PROC. 0658/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/97, que declara de utilidade pública a Sociedade Civil Servos da Caridade.

 

      2ª SESSÃO

 

PROC. 1033/95 - PROJETO  DE  RESOLUÇÃO    010/95,

de autoria do Ver. Wilton Araújo, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à professora Isolda Holmer Paes.

 

PROC. 2127/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº

111/95, de autoria do Ver. Décio Schauren, que acrescenta incisos e parágrafos ao artigo 2º da Lei nº 4629, de 23.11.79, dispondo sobre informações ao usuário e cobrança de excedentes em supermercados e congêneres.

 

PROC. 1587/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estabelece adicional de 10% sobre o valor de avaliação de próprios municipais ocupados por lindeiros, no caso de alienação com dispensa de processo licitatório, e dá outras providências.

 

 

PROC. 2555/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/96, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que estabelece a obrigatoriedade de colocação de inscrição nos veículos da frota de transporte público de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2678/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 159/96, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que denomina Av. Ricardo Leônidas Ribas um logradouro irregular localizado no Parque Industrial da Restinga.<D><D><MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm><D><E>

 

PROC. 2837/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que oficializa, no Município de Porto Alegre, o "Projeto Histórias de Trabalho" e dá outras providências.<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm> Com Substitutivo nº 01.

 

PROC. 2855/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/96, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que altera dispositivos da Lei nº 6524, de 26 de dezembro de 1989, com a redação dada pela Lei nº 7546, de 12 de dezembro de 1994. (convênio com entidades de produtores rurais de Porto Alegre).  Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3057/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que torna obrigatória a instalação, nas agências, postos e nos postos de atendimento bancário eletrônico, de pequena escada móvel, abaixo dos balcões de atendimento e nos terminais, para o uso de pessoas portadoras de nanismo e dá outras providências.

 

PROC.  0250/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/97, de autoria da Verª. Maria do Rosário, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao economista e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Terra, João Pedro Stédile.

 

PROC. 0255/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades da Rede Hospitalar Pública Municipal de internação coletiva.

 

PROC. 0275/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/97, de autoria da Verª. Maria do Rosário, que denomina "Ala Vereadora Julieta Batistioli" a ala oeste do terceiro pavimento do Palácio Aloísio Filho, sede da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. 0282/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues a Marlene Pastro.

 

PROC. 0283/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva ao poeta Luiz Menezes.

 

PROC. 0540/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/97, de autoria da Verª. Sônia Santos, que implanta, no sistema viário do Município, faixa para o trânsito de emergência. 

 

PROC. 0605/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/97, de autoria da Verª. Sônia Santos, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0407/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/97, que declara de utilidade pública a Base Emanente do EVRED Rio Grande do Sul.

 

PROC. 0408/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/97, que declara de utilidade pública o Lar Santa Flora.

 

PROC. 1504/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que autoriza a divulgação de fotos de pessoas desaparecidas no Diário Oficial de Porto Alegre.

 

PROC. 2210/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que determina a proteção adequada ou emprego de vidros de segurança em locais onde houver transeuntes, tais como portarias, "halls" de edifícios, vitrines, portas ou divisórias.

 

PROC. 2233/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que autoriza colocar cadeira de rodas em escolas e prédios públicos.

 

PROC. 2472/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que institui, no Município de Porto Alegre, o Serviço de Prótese Dentária como programa de atendimento à população carente.

<D><D><MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm><D><E>

PROC. 2481/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no Município de Porto Alegre, os JOMEEX - Jogos Metropolitanos de Estudantes Excepcionais e dá outras providências.

 

PROC. 2785/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que denomina Rua Izidoro Lima um logradouro irregular localizado na Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 2953/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que altera o art. 2º da Lei nº 7.509, de 04 de outubro de 1994, que dispõe sobre a confecção de carimbos ou congêneres nas casas do ramo, no âmbito do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0595/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/97, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargo de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 0596/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/97, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargo de Oficial de Transportes II no Quadro dos Cargos Efetivos da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em 1ª Sessão de Pauta, um Projeto de minha autoria nº 09/97, que dispõe sobre a obrigatoriedade da abertura do Comércio Varejista do Mercado Público Central, aos domingos pela manhã. Esse Projeto tem por objetivo, basicamente, dentro das limitações legais, abrir o Mercado Público aos domingos, resgatando uma tradição centenária do Mercado. Nós achamos que a abertura do comércio, daquele tipo de atividade, que é permitido como atividade essencial, previsto na legislação federal, tem sempre como pressuposto o respeito à jornada de trabalho, o que, para nós, é uma questão pacífica. Com a reforma levada a efeito, o Centro da Cidade de Porto Alegre passa a viver um novo momento da sua história, do ponto de vista de resgate da Cidade. Achamos, até, que há nisso uma preocupação que teve continuidade nas administrações Pedetista e Petista, pois Alceu Collares, quando Prefeito, instituiu o Projeto de Humanização do Centro. E houve continuidade na Administração do Prefeito Olívio Dutra, que também teve uma preocupação muito grande. Depois também o Prefeito Tarso Genro, instituindo o chamado Corredor Cultural da Cidade de Porto Alegre. Esse corredor começa, exatamente, numa obra restaurada pelo PDT, que também teve continuidade na Administração Petista. Vejam V. Exas. que são afinidades nossas na ação da administração da Cidade, como esse Corredor, que começa na Usina do Gasômetro e segue pela Rua dos Andradas. Não podemos negar, nem deixar de fazer um registro importante, do ponto de vista do resgate do Centro da Cidade: a iluminação pública, colocada na Rua dos Andradas, na administração passada. O Prédio do Museu Hipólito da Costa, a restauração, por parte do Governo do Estado, do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, outros prédios, o próprio Centro 24 horas, que teve o aval e o nascedouro aqui nesta Câmara Municipal, e do qual a Cidade aguarda a implantação. O Centro 24 horas tem, no Mercado Público, o ápice de todo esse processo. Até agora, não ouvimos a palavra do Sr. Prefeito, nem do Secretário da SMIC. Gostaríamos de saber a posição desses senhores para definirmos uma posição consensual, inclusive com a posição dos permissionários do Mercado Público, em relação à abertura, aos domingos, daquele comércio, que é tradicional. Se queremos desenvolver o turismo na Cidade de Porto Alegre, se queremos resgatar o Centro da Cidade de Porto Alegre, temos que criar alternativas, e a abertura do comércio no Mercado   Público aos domingos é uma alternativa tão importante quanto o Brique da Redenção. E mais, acho que o Estado deve proporcionar condições de segurança para que o Mercado Público, nos seus restaurantes, funcione à noite, como era tradição do restaurante Treviso. Muitos daqui viveram e participaram das madrugadas do restaurante Treviso. Com certeza, passou muitas horas agradáveis o jornalista, hoje o Assessor do Prefeito Raul Pont, Adaucto Vasconcellos, o Ver. Lauro Hagemann também era figura presente nas madrugadas daquele restaurante na sua tradicional canja da madrugada; a Vera. Maria do Rosário não pegou esse tempo, era muito menina; o Ver. Hélio Corbelini, o Ver. Antônio Losada, acredito que o próprio Ver. João Dib, também.

Reitero a importância deste projeto para a Cidade de Porto Alegre que deverá ser apreciado por esta Casa no momento em que houver a reinauguração do Mercado Público Central. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, embora eu tenha feito de maneira exemplificativa a citação de alguns Vereadores que viveram a noite do Treviso, eu gostaria de registrar, também, que me fez a comunicação e o aceno de que ali também curtia a noite a Vera.  Teresa    Franco.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo para discutir a Pauta.

 

(Obs.:  O Ver. Cláudio Sebenelo inicia seu pronunciamento.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, nós estamos no Período  Preliminar de Pauta e, de acordo com o Regimento, V. Exa. deveria se manifestar sobre um dos Projetos neste Período. Pergunto se V. Exa. que transformar  este período em Tempo de Liderança,   na seqüência, porque, se não, serei obrigado, regimentalmente, a suspender a intervenção de V. Exa.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Quantos minutos podemos usar no tempo de Liderança?

 

O SR. PRESIDENTE:  V. Exa.  ainda tem 2min21seg. V. Exa. já usou 2min39seg e não está-se manifestando sobre o Período de Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Se o Ver. Cláudio Sebenelo estava usando, indevidamente, o Tempo de Pauta, cabe à Presidência pedir-lhe que desse o seu pronunciamento. Se ele desejar fazer a sua comunicação, em tempo de Liderança, terá, então, 5 minutos. Não pode somar Liderança com Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: Acato a observação de V. Exa.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Tenho   um entendimento regimental assente de suas orientações, de que é possível a juntada do Tempo de Discussão da Pauta com Liderança, porque esta pode ser usada a qualquer momento, excetuando-se a Ordem do Dia; conseqüentemente, o Ver. Cláudio Sebenelo tem o direito de manifestar-se em Liderança, neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: Não houve nenhuma manifestação em sentido contrário. Ver. Cláudio Sebenelo, peço desculpa, mas a Mesa apenas está aplicando o Regimento da Casa.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL:   Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em pauta o Projeto de Lei de minha autoria nº 018/97, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Reverendo Padre Florindo Timan. Ele nasceu em Vicenza, Itália, em 1922, e com menos de um ano de ordenação sacerdotal foi enviado ao Brasil, onde permanece até agora, há exatamente 50 anos de sua vida. Inicialmente veio a Guaporé, trabalhou em Sarandi e também em São Paulo. Hoje, está sediado junto à Paróquia Nossa Senhora da Pompéia na Barros Cassal. O Padre Florindo é uma figura humana extraordinária.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho até desnecessário. O brilho de seu pronunciamento  não dispenso, mas a figura do Padre Florindo, V. Exa. não precisa nem introduzir neste Plenário,porque é tamanha a grandeza desse homem, e seu trabalho é quase desconhecido do  público. Eu tive a oportunidade de fazer um pronunciamento aqui, chamando a atenção de toda a Casa para o jubileu que era consagrado a esse homem. V. Exa. pode fazer a sua saudação a esse homem, mas de qualquer maneira posso lhe garantir que está concedido esse título. Até porque ele já foi precedido de uma consagração desta Casa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado, Ver. Pedro Américo Leal. Em l970, ele trouxe para Porto Alegre o Movimento dos Cursílhos da Cristandade, que, hoje, já deve ter orientado na sua formação cristã mais de 20 ou 30 mil pessoas no Estado do Rio Grande do Sul. Trouxe também o Movimento de Jovens Emaús. Em l977, também implantou em Porto Alegre o Encontro de Casais com Cristo, hoje, implantado em praticamente todo o Rio Grande do Sul e toda a Porto Alegre. Em l978, foi um dos fundadores da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas, a nossa ADCE, que tão belos trabalhos vem produzindo para a sociedade e, recentemente, em 1990, organizou vários encontros de profissionais: de médicos, de juristas cristãos e de políticos cristãos. Ele é uma figura humana extraordinária, como bem revelou o nosso ilustre Ver. Pedro Américo Leal. Padre Florindo, mesmo tendo nascido na Itália, dedica 50 anos de sua vida sacerdotal ao Brasil e à formação humana. Ele é um verdadeiro construtor do amor e da paz, portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Padre  Florindo merece esse Título  Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, pois ele muito ama esta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE : A Mesa comunica o pedido de Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Paulo Brum, nos dias 28 de fevereiro, 1º e 02 de março. Em seu lugar, assume o Ver. Jocelin Azambuja, que já se encontra no Plenário e que, sendo a 1ª posse, deve então trazer  à Mesa o seu Diploma e Declaração de Bens.

Convidamos o Plenário para que, em pé, ouçamos o Compromisso do Ver. Jocelin Azambuja.

 

(O Ver. Jocelin Azambuja presta compromisso.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Declaro empossado o Ver. Jocelin Azambuja e comunico que V. Exa. deverá compor a Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): A nossa Bancada solicita o tempo regimental para que o Vereador possa usar a palavra.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, após o Ver. Décio Schauren, que falará em tempo de Discussão Preliminar de Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou inscrito em Pauta para falar de um Projeto de minha autoria, que modifica o Artigo 2º da Lei 4629 e dispõe sobre informações e cobrança de excedentes nos supermercados e congêneres por parte de táxis. O que tem acontecido é que os taxistas que atuam nas áreas de supermercados e congêneres têm cobrado os preços mais diversos para as mesmas quantidades de volumes que vão carregar. Nós entendemos que precisamos legislar sobre isso, porque os preços estão verdadeiramente abusivos. Na rodoviária, nós sabemos que o excedente pode ser cobrado quando o passageiro leva,  além de uma mala, dois volumes de mão. O que for além disso, o taxista tem o direito de cobrar o excedente. Agora, nos supermercados não existe nada que regule esta matéria. A matéria não é muito fácil, nós fizemos uma discussão com os taxistas e com os usuários e se chegou à conclusão  de cobrar excedente quando o volume adquirido a ser transportado for mais que meio carrinho grande ou 10  sacolinhas de supermercado. Só que eu sendo o autor da matéria entendo que deva ser aperfeiçoada. Até pretendia retirar o Projeto, mas deixei vir à Pauta exatamente para haver a discussão sobre a mesma. Vejamos, 10 sacolinhas de supermercado, pode haver uma sacolinha em que haja só um sabão, e pode ter outra sacolinha que contenha 2 pacotes de 5 quilos de arroz. Não existe um volume padrão. Agora, o importante que consta do nosso Projeto é a clareza de informações ao usuário. Quando o usuário for pegar um táxi ele tem que saber, inclusive, no táxi deverá ter um adesivo que contenha as informações, isso o Executivo irá regulamentar, sobre a quantidade, sobre o que é excedente. O usuário tem que saber que, se ele levar mais que 10  sacolinhas, irá pagar um excedente; tem que saber que se ele levar 2 sacolinhas e, quando chegar ao final da corrida, o motorista resolver cobrar excedente, que ele não vai pagá-lo porque a lei não diz isso. Então estamos submetendo ao Plenário da Casa a discussão deste Projeto exatamente para aperfeiçoá-lo. Sabemos que precisamos legislar nessa área, discutimos com os setores diretamente interessados, que são os taxistas e os usuários, mas entendemos que o Projeto pode ser aperfeiçoado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra nos termos do § 7º do artigo 12 do Regimento.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para nós, é uma satisfação especial poder estar novamente nesta tribuna para ajudar e contribuir com o processo legislativo naquilo que é fundamental para o fortalecimento da nossa democracia.

Não gostaríamos de estar assumindo neste momento em que o Ver. Paulo Brum se encontra adoentado, mas faz parte da natureza da função do primeiro Suplente estar à disposição do Partido e da Bancada sempre que for necessário, e assim estaremos sempre à disposição.

Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que, a partir da semana que vem, estarão sendo votados os Vetos que o Prefeito Municipal opôs a vários Projetos de Lei aprovados por esta Casa no final do ano passado. Quero, de antemão, já que, talvez, não estarei no Plenário no dia da votação, lembrar aos Srs. Vereadores que existem dois Projetos de Lei de nossa autoria: um que institui o Corpo de Balé e Dança de Porto Alegre e outro que trata da Ciclovia do Estudante. Os dois Projetos são de natureza autorizativa. A Ciclovia do Estudante se liga, através da Av. Ipiranga, desde a Beira-Rio, com a Ciclovia que esta Casa já aprovou - o Prefeito vetou, mas derrubamos o Veto -, da zona sul, que vai da Usina do Gasômetro até Assunção. Essa Ciclovia, Ver. Carlos Garcia, que também é professor, integra as Universidades: a PUC com a UFRGS.

Os nossos cidadãos de Porto Alegre devem ter o direito de transitar de bicicleta, mas não o tem, porque não existem ciclovias. O Governo Municipal ainda não acionou aquilo que lhe permite o Orçamento do Município, aprovado por esta Casa desde 1993, por inserção nossa na LDO.  Não sei por que razão o Município não quer ter ciclovias em Porto Alegre. Eu pediria aos Srs. Vereadores e inclusive à nova Bancada Governista com assento na Casa, que examinasse com interesse e importância o Veto, pois, evidentemente, gostaríamos que fosse derrubado. Não podemos esquecer que a prejudicada vai ser a população de Porto Alegre. É um projeto político como são todos os projetos autorizativos, e muitos Vereadores, tanto da Bancada Governista como das demais bancadas, já utilizaram esse tipo de projeto como instrumento de poder político e  do qual a Casa não deve abrir mão. Sabemos do entendimento errado, em nossa visão, da Comissão de Constituição e Justiça, que opina desfavoravelmente aos projetos autorizativos, mas que estão consubstanciados na Lei Orgânica e Regimento da Casa.

Outro projeto que queremos mencionar é o Corpo de Balé e  Danças de Porto Alegre. Na semana que vem, estará viajando uma comitiva para Buenos Aires com o Sr. Prefeito Municipal e o Presidente desta Casa, nosso Presidente da Comissão de Educação e Cultura, Ver. Eliseu Sabino. Buenos Aires tem um Corpo de Balé e Danças, Ver. João Dib. Em Montevidéu, Ver. Luiz Braz, também há um Corpo de Balé e Danças. Assim como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife também possuem Corpo de Balé e Dança. Agora, Porto Alegre não tem. Nós fizemos um Projeto em que o Governo Municipal pode instituir um Corpo de Balé e Dança em Porto Alegre, mas, mesmo assim, esse Projeto foi vetado. Esperamos que este Veto seja derrubado na próxima semana, quando for apreciado.

Então, Srs. Vereadores, na próxima semana, os Vetos podem ser derrubados para que Porto Alegre possa dizer que quer ciclovias e Corpo de  Balé e Danças. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a retirada do meu discurso, feito no período de Pauta, dos Anais da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere a solicitação do Vereador Sebenelo e pede à Taquigrafia que não registre o seu discurso. Com a palavra, o Ver. Carlos Garcia em tempo de Liderança pelo PSB.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, primeiramente gostaria de cumprimentar o nobre colega Vereador, hoje empossado, Jocelin Azambuja.

Certamente essas ações da ciclovia e Corpo de Balé e Dança são assuntos pertinentes que merecerão o nosso total e restrito apoio.

Solicitamos o tempo de Liderança para fazer uma abordagem sobre uma matéria veiculada nos jornais relativa ao Curso Supletivo Monteiro Lobato. Através de um Requerimento, estamos convidando a Sra. Meleina Teresinha Rhoden, Diretora do Curso Supletivo Monteiro Lobato, a prestar esclarecimento na Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Porto Alegre sobre a peça publicitária que diz: "Poxa, eu só queria um pouco de respeito dos professores".

Eu só queria também um pouco de respeito. Respeito à minha condição de cidadão e profissional do magistério.

O professor tem um papel vital na sociedade. Todos as pessoas passam por um professor, e tenho plena convicção de que todos guardam com carinho e admiração um ou outro professor com quem tiveram contato ao longo de suas vidas.

Freqüentar uma escola é um direito de cada cidadão, e é um dever dos pais levá-los à escola.

Se algum professor faltou com respeito ao aluno, que este seja denunciado, mas não aceitamos que, através de uma propaganda muito bem elaborada, com um custo elevado, peçam, de uma forma agressiva, um pouco mais de respeito dos professores.

A categoria dos professores, nos últimos anos, tem sido penalizada, espezinhada e massacrada com o aviltamento dos seus salários, com a sua dignidade e auto-estima em descrédito, além de um constante êxodo para outras atividades profissionais.

Acreditamos que essa profissão seja uma das mais nobres, porque ela tem a primeira missão, a missão de ensinar e, juntamente com os pais, ajudar na educação e conseqüente formação dos indivíduos.

Talvez o único pecado dos professores é que sua profissão é lembrada como sacerdócio, por sua necessidade de ter, além do conhecimento técnico, o espírito de doação, dedicação, zelo, compreensão e principalmente amor fraterno. São leigos, mortais como todas as demais pessoas; procuram dar o melhor de si, mas também necessitam da atenção e do reconhecimento dos demais. O magistério é um sacerdócio, sim, mas sem voto de pobreza, embora, como já dissemos, os professores estejam com salários baixíssimos, principalmente nas escolas públicas.

Exigimos a imediata retirada da peça publicitária nos meios de comunicações e solicitamos que os professores, através de seus órgãos de representatividade, se pronunciem sobre esse fato.

Sra. Diretora do Curso Supletivo Monteiro Lobato: Os professores só querem um pouco de respeito. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, li ontem no "Correio do Povo" a coluna do Políbio Braga: "Propaganda. Por requerimento do Ver. Adeli Sell, do PT, o Presidente da CDL, Atílio Manjori Jr., será chamado a depor na Comissão de Economia e Defesa do Consumidor na Câmara sobre a propaganda enganosa 'Liquida Porto Alegre' ". A minha surpresa, porque faço parte desta Comissão, é que esta Comissão não resolveu convocar, convidar ou chamar para participar, para depor ou dar explicação o Presidente do CDL. Estranhei, até porque já havia ouvido, rapidamente na Rádio Gaúcha, na terça-feira à tardinha, no dia da reunião da Comissão, essa notícia. Entrei em contato com o "Correio do Povo" e a informação é que a notícia tinha vindo não do gabinete de imprensa, mas do gabinete do Vereador ou de uma matéria do gabinete do Vereador. Até procurei a Ver. Maria do Rosário, Presidente da Comissão, para que esclarecesse, pois participei de toda a reunião. Mas estranhava a forma como uma notícia de um assunto interno da Comissão vinha ao jornal com uma decisão diferente da que foi tomada pela Comissão. Fiquei imaginando: será que o Ver. Adeli Sell, um homem com uma inteligência rara, um homem com uma experiência muito grande, estaria patrulhando nossa Comissão, estaria dando noticiais de algo que não foi feito pela Comissão? Ficamos reunidos, na terça-feira, das 14h15min. às 16h30min. e não decidimos, absolutamente, nada sobre isso. Escuto na Rádio Gaúcha, leio no "Correio do Povo" como se tivéssemos tomado uma decisão.

Tive a preocupação, Ver. Adeli Sell, de pedir o tempo de Liderança antes que o PT se pronunciasse para que V. Exa. pudesse explicar a este Legislativo o que de fato houve. Mas tive a preocupação de saber sobre a informação do "Correio do Povo", porque sabemos como funciona, em determinados momentos, a imprensa, e a informação foi clara; a notícia veio do gabinete do Vereador.

O que a Comissão recebeu foi a solicitação de V. Exa. para que fosse convidado a participar da nossa Comissão o Presidente do CDL, para que explicasse notícias veiculadas na imprensa sobre dois grupos empresariais que teriam praticado uma dita propaganda enganosa. Prudentemente, nossa Comissão, por decisão unânime, entendeu que tivéssemos de achar uma data para que pudéssemos convidar, não só o CDL, mas a própria Promotoria, o próprio SINDILOJA, ou aquelas entidades que estivessem envolvidas na promoção "Liquida Porto Alegre". O próprio Gerente Comercial dessa promoção, Sr. Eslei Cardia, amigo pessoal, se prontificou, mas solicitava que fosse daqui a duas semanas, para que ele pudesse trazer os resultados oficiais da promoção. Este,  parece-me, foi o objetivo. Nós não concordamos com as notícias e não podemos, evidentemente, aceitar que elas saiam na imprensa como se fossem decisão desta Comissão. Nós até admitiríamos, se V. Exa. participasse da Comissão, mas V.Exa. não tinha o resultado da decisão tomada por ela; de uma maneira ou de outra, a notícia já estava nas ruas e, evidentemente, nos órgãos de imprensa. A Comissão ficou numa posição constrangedora porque ela não tomou esta decisão que está nos jornais e nas rádios.

Eu encerro, Sr. Presidente, dizendo que estou extremamente constrangido, sendo membro desta Comissão, pois não participei de decisão alguma, não votei em decisão nenhuma, das que estão sendo divulgadas nos jornais. Entendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que devemos ter um pouco mais de cuidado ao divulgar as notícias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE : O Ver. Luiz Braz está com a palavra  em tempo de Liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em Primeiro lugar, quero cumprimentar o meu amigo Ver. Jocelin Azambuja, Líder da nossa Bancada durante boa parte da Legislatura passada e que hoje faz a sua estréia nesta Legislatura.

Venho aqui, hoje, para elogiar o Partido dos Trabalhadores. Nós recebemos ontem - como as outras Bancadas desta Casa estão recebendo - o nosso amigo José Fortunatti. Nós já sabíamos que o Fortunatti tem uma maneira de se relacionar com os outros Partidos diferente daquela utilizada pelo Chefe do Executivo Municipal. Agradou-nos, realmente, a conversa que tivemos, durante mais de uma hora, com o atual Vice-Prefeito da Cidade. Ele colocou duas coisas extremamente importantes e tranqüilizadoras para a nossa Bancada. Nós tínhamos ouvido do Chefe do Executivo, Dr. Raul Pont, que a Pista de Eventos seria construída ao lado do Gigantinho de qualquer maneira, e não seria ouvida a Câmara. Tranqüilizou-nos, ontem, o Vice-Prefeito ao afirmar que o PT pretende fazer um estudo pelo EIA-RIMA, antes de fazer o projeto definitivo para que a Pista de Eventos seja ali construída. Ora, esta é uma atitude extremamente inteligente por parte do PT, porque nós não poderíamos esperar que, "na marra", alguém fosse fazer uma construção que, hoje, tem oposição da Associação dos Moradores do Bairro Menino Deus, do Asilo Padre Cacique e do Hospital Mãe de Deus, apenas para lembrar de alguns opositores. Ontem o Sr. Vice-Prefeito disse que o PT pretende encomendar, fazer uma licitação para que o EIA-RIMA possa dizer exatamente as condições que a Administração Popular tem para construir a Pista de Eventos ao lado do Gigantinho ou em outro local.

A Pista de Eventos todos nós queremos, todos os Vereadores que estão nesta Casa. Eu não vi nenhum Vereador, até hoje, manifestar-se contrariamente. Há outra preocupação, que era de nossa Bancada e é também dos Vereadores que já vieram à tribuna para falar, que é o Plano Diretor. De acordo com o Sr. Vice-Prefeito, o Plano Diretor que está tramitando hoje nesta Casa também não agrada a vários setores petistas. Alertado, pelos protestos da oposição, resolve o PT que este projeto, que está aí, está arquivado, mas vai ser desarquivado - não vai tramitar; vai ser retirado da Casa para que seja feito um novo estudo, e nós vamos ter oportunidade de apreciar um novo projeto do Plano Diretor. Este, que aí está, não poderia tramitar da forma como foi redigido porque atenta contra aquilo que nós e a sociedade entendemos como uma cidade, a cidade do futuro. Afinal de contas o Plano Diretor que iremos votar nesta Casa, vai projetar não apenas a cidade atual, mas, principalmente, a cidade do futuro. Eu acredito que esse tipo de relacionamento, iniciado ontem, com a visita do Sr. Vice-Prefeito à nossa Bancada - e sei que já fez visitas a outras Bancadas oposicionistas da Casa - inaugura, talvez, um diálogo novo, que poderá ser muito benéfico para as aspirações que temos de boas obras construídas na Cidade. Vamos colaborar para que isso, realmente, aconteça.

Quero saudar, efusivamente, esse modo de relacionamento que faz o Sr. Vice-Prefeito, até contrariando aquela política mais radical, praticada pelo Chefe do Executivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria, inicialmente, pedir desculpas aos Srs. Vereadores, ao Presidente, à Mesa, por um erro meu na inscrição. Farei o possível para que isso não mais se repita. Eu gostaria de ocupar este tempo, falando sobre a área da Medicina, especialmente do vertiginoso progresso que experimentamos. Eu, que sou formado há trinta anos, e tenho me reciclado anualmente em relação aos novos conhecimentos que a ciência moderna nos fornece, digo-lhes que a legislação, o trabalho e a hegemonia da Cidade de Porto Alegre, nas áreas médicas, se fazem sentir em todos os campos. A Santa Casa de Porto Alegre tem um número muito grande de transplantes, como outros hospitais aqui na nossa Cidade, especialmente o Hospital de Clínicas e o Grupo Hospitalar Conceição.

A Liderança indiscutível da Santa Casa, pela sua ligação com a Universidade, faz com que, através da pesquisa e do progresso tecnológico, nós estejamos com um pé no século seguinte com muita antecipação, principalmente no que diz respeito à nova lei de transplantes que acaba de ser aprovada e sancionada pela Presidência da República. Ela foi criada pelo, recentemente falecido e inesquecível, Senador Darci Ribeiro e traz no seu cerne, no seu conteúdo, na sua substância maior, na minha visão, um grande progresso, muito pela iniciativa da própria Lei de desvincular de uma atitude médica qualquer insinuação criminosa, de facilitar eticamente a execução de transplantes, de desmanchar uma idéia fantasiosa da sociedade de que transplantes podem ser feitos por quaisquer pessoas. Há a história daquele menino que foi raptado e que, no dia seguinte, foi entregue à família sem um rim. Só se fazem transplantes em centros absolutamente competentes, em centros com experiência de muitos anos na especialidade. Não é qualquer pessoa que faz isso e para as equipes é exigida grande idoneidade ética para esse procedimento. Não corremos o risco de erros sobre o diagnóstico de morte para doação e sobre as necessidades de pessoas que esperam muito numa fila para serem transplantados. Mais de 50% das pessoas que esperam na fila falecem antes de receber o transplante.

Congratulo-me com a execução dessa Lei principalmente porque vai permitir, como já permite em países como a França, Áustria e Espanha, quadriplicar o número de pessoas que passam a ser doadores. Isso nos coloca como liderança e nos faz pensar na necessidade de reeducação, de campanhas educacionais, no sentido de que, pelo progresso tecnológico, há uma grande segurança no procedimento, que é um ato de doação, um ato de amor ao próximo, um ato de solidariedade.

Por isso, Sr. Presidente, considero um imenso progresso para a Nação essa nova Lei dos Transplantes, que, acompanhada de uma campanha educativa, certamente, nos trará grandes progressos científicos na especialidade e beneficiará inúmeros pacientes. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A palavra está com o Ver. Nereu D'Ávila em Comunicação de Liderança.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Outro dia, o Ver. João Dib e eu, juntamente com a ilustre Secretária de Cultura do Município e o representante das entidades carnavalescas, que também é nosso colega, Presidente da Câmara de Viamão, o Ver. Juarez, tivemos um debate na Rádio Pampa sobre a Pista de Eventos. O apresentador Raul Moreau defendeu com convicção acentuada que esta Pista de Eventos fosse estabelecida na Zona Norte, mais precisamente no entroncamento da Assis Brasil com a "Free-Way", perto da Sede da FIERGS. Ele alegou uma série de razões para isso. Algumas dessas razões o Ver. Luiz Braz, em Tempo de Liderança, nesta manhã, gizou. Mas a Secretária de Cultura afirmou que o Governo tinha doze propostas de localização, e só não nos mostrou, porque ela havia deixado na Secretaria o material sobre esses locais, mas afirmou que eram doze as opções, sendo que uma, perto do Gigantinho, era a mais plausível, segundo ela.

Naquela oportunidade, foi alegado que não se poderia  -  alguns Vereadores, por mais ilustres que fossem, ou a própria Secretária, por mais respeitável que fosse, e é muito respeitável -  escolher um local para a pista. Havia a necessidade de ampliar a discussão, como, aliás, houve, quando da primeira tentativa, aqui, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Estão chegamos à conclusão, por proposta deste Vereador, de que deveríamos fazer um grande debate na Câmara, com a participação de todos os Vereadores, das Comissões, com a presença das entidades carnavalescas, do Governo e daquelas entidades que estejam contrárias à localização, ali, perto do Gigantinho. É o que estou fazendo nesta tribuna. O Ver. João Dib lembra desta nossa proposta. De acordo com o Regimento, eu cheguei à conclusão de que é a Comissão de Educação, nas suas alíneas, que define melhor os equipamentos culturais e essas atividades; é a Comissão mais compatível para liderar essa discussão.

Eu proponho, certamente com a anuência do Ver. João Dib e a de todos os componentes da Comissão de Educação - eu vejo o Ver. Carlos Garcia, por obséquio -, levem essa nossa proposta surgida no debate com as entidades, com a Secretária de Cultura, com mais dois Vereadores desta Casa,  e todos que desejam  que a discussão se amplie. Muito bem fez o Ver. Luiz Braz em trazer esse assunto esta manhã, porque, se há problemas com o atual local que está sendo apontado, entre o Parque Marinha do Brasil e o Gigantinho, que essas questões comecem a ser equacionadas, como a Audiência Pública que está para ocorrer, que é um movimento, através do Executivo, com o cumprimento da Lei Orgânica.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D'Ávila,  o seu tempo se esgotou.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Obrigado. Eu encerro, deixando a sugestão à Comissão de Justiça para que um dos membros paute uma reunião para o início dessa discussão, para que a Câmara não esteja ausente dessa grande decisão, seja quanto ao local, seja quanto a Pista de Eventos, que é uma necessidade absoluta da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE : Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

PROC. 0744/97 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 003/97, que autoriza o Prefeito Municipal a afastar-se do País, das 11 horas e 50 minutos do dia 04 de março às 17 horas do dia 06 de março de 1997.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra  para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não entendo por que o Executivo Municipal teima em precisar a hora de retorno do Prefeito, principalmente agora, quando nós estamos numa época de interdição dos Aeroportos. De repente, o Prefeito não chega na hora e há um problema. No momento em que ele voltar, se pedir licença por 3 dias e voltar no segundo, ele assume a Prefeitura sem problema nenhum. Agora, se ele não voltar no horário marcado, não vai acontecer nada, mas é um fato desagradável, é um desrespeito. Então, apenas é um registro para que o Executivo não coloque mais a hora de retorno, porque não depende dele, muitas vezes, o retorno. Vou votar favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PDL nº 003/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO.

Em votação Requerimento nº 43/97, de autoria dos Srs. Vereadores Clovis Ilgenfritz, Pedro Américo Leal e Eliseu Sabino. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO.

Suspenderemos os trabalhos para reunião conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os  trabalhos das 10h37min às 10h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento nº 26/97, da Vera. Sônia Santos solicitando que seja o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia 13.10.97 destinado a homenagear a passagem do Dia da Criança.  Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Requerimento nº 39/97, de Moção de Repúdio, de autoria do Ver. José Valdir,  à propaganda veiculada pelo Curso Supletivo Monteiro Lobato, nos meios de comunicação da Cidade, a qual acusa os professores de negarem respeito e atenção aos alunos. Em votação.

O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu creio que é uma temeridade dar um voto de repúdio em nome da Casa a uma propaganda da qual se pode discordar, mas eu ousaria dizer que, no seu espírito, contém uma discordância de um aluno, uma adolescente, inclusive, está o nome dela aqui, que não teve dos seus professores uma força, um amparo para resolver o seu problema.

Diz aqui que ela repetiu duas vezes um ano escolar. Leio: "Claro que tive culpa, mas ninguém quis me ajudar.  Nenhum professor, nenhum diretor me estendeu a mão. Ninguém tinha tempo para as minhas incertezas, para as minhas dúvidas. O que mais precisava e, agora tenho, eles não me davam. Puxa, eu só queria um pouco de respeito". O respeito aqui, no meu entendimento, não quer dizer ofensa, mas que esqueceram dela. Esta queixa nós recebemos dos nossos próprios filhos em casa. Quem tem filho adolescente recebe - e eu tenho esta queixa: “só fala em política, não tem tempo e etc.” Então temos que dar atenção, pois isto também faz parte da educação deles.

Então, Srs. Vereadores, pode até ter havido um certo exagero em relação aos professores, mas não no sentido do desrespeito, no sentido literal da expressão. Pelo que entendi isso foi um desabafo. Agora, partir para um repúdio ao autor da propaganda, acho que aí vai uma distância enorme. No mínimo,  eu fico em dúvida pró-réu. Estou à vontade para falar, pois não sei de quem é, onde fica. Não estou defendendo nenhuma situação particular, apenas em tese. A não ser que eu seja convencido de que houve um desrespeito aos professores, como um todo. Eu não estou.

Foi um desabafo, foi algo de que os jovens reclamam, e com razão, porque nós dizemos: “Ah! porque a droga, porque isso, porque os jovens são desrespeitosos hoje, porque não sei o que."  Aí vamos ver o que nós fazemos por eles, como pais, como adultos; estamos juntos, fechamos com eles, estamos sempre orientando, ou desejamos que a coisa vá e, quando acontece algo, vamos chama-los à razão, ou às vezes, eles mesmos dão o alarme, como é o caso aqui. A jovem diz que repetiu duas vezes, foi mal duas vezes e ninguém a procurou para saber o que havia. Então é uma espécie de solidão. E, para uma jovem adolescente, de primeiro grau, com no máximo 17 anos, é absolutamente pertinente o desabafo.

Então eu vejo a questão pelo enfoque global. Acho que o Vereador se impressionou com o título: "Poxa, eu só queria um pouco de respeito dos professores."  Dá a impressão que os professores desrespeitaram a aluna? Não! Ela quis dizer, no âmago do desdobramento da manchete, que ela rodou dois anos e ninguém chegou e perguntou: "O que há contigo? Porque tu não estás estudando? Quais são os problemas que te afligem? São de ordem sentimental, de ordem funcional? O que está havendo contigo?"  Ela só queria isso, pedir socorro.

E, outra coisa, o Monteiro Lobato, no caso, que está sendo alvo, ele não tem culpa, ter-se-ia que responsabilizar quem elaborou, a agência de propaganda. Isso aqui é do departamento de artes da agência de propaganda. Então, teria que se penalizar ou a agência ou a diretora do departamento de artes da agência, porque eu tenho certeza de que as empresas dão para a agência, e a criatividade delas, as empresas praticamente encampam, ou discutem muito pouco. Então, no caso, o Curso, aqui, eu não entenderia de penalizá-lo com um repúdio, com um Voto da Casa, que é um órgão Legislativo importante, por uma propaganda que talvez o Curso não tenha a menor responsabilidade. Ele simplesmente deu para a agência, a agência  fez e colocou no jornal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Os "outdoors" da Cidade, os meio de comunicação, não são lugares de desabafo, não é disso que estamos tratando, não é do justo desabafo de todos aqueles que estão vendo os problemas que tem a escola pública, de maneira geral. O problema que está acontecendo é que um Curso, com uma visão mercantilista da educação, se utiliza dessa realidade no sentido conservador. A escola pública, de maneira geral, tem uma série de problemas e fazem uma propaganda comercial utilizando os desabafos dos jovens. Se fosse o desabafo dos jovens que estivesse em discussão, tudo bem, concordaria com o Ver. Nereu D'Ávila, mas o problema é que há por trás disso uma visão conservadora, porque, em vez de apontar os problemas que temos na educação, no sentido de superá-los, esse tipo de matéria prega o fatalismo, onde a escola está com problemas, onde os professores são insensíveis, e a resposta é se matricular no curso. Isso não está contribuindo para inovar a discussão e enfrentar o desafio de nós requalificarmos a escola pública e o ensino de uma maneira geral.

A segunda questão é que essa matéria trata da questão com um grau de generalidade que é ofensivo a uma categoria profissional que, convenhamos, podemos achar o que quiser, mas está com os salários extremamente debilitados e que, mesmo assim, tem levantado historicamente a bandeira da defesa da escola pública, da questão pedagógica, do aperfeiçoamento pedagógico. Tem levantado a questão da democratização, e inclusive, tem sido pioneira, só que essa matéria não reconhece isso, ela simplesmente se apropria dos problemas que tem a escola pública, de uma categoria debilitada, e faz coro a toda uma campanha nacional de difamação do funcionário público, de responsabilização do funcionário público e dos professores pelas mazelas da crise em que está nosso País, da crise do ensino e da escola pública. Essa matéria reforça esse tipo de questão. Por exemplo, se saísse alguma matéria sobre alguns problemas que temos entre os Vereadores, duvido que a indignação desta Casa não se fizesse sentir de forma veemente e se expressasse um justo repúdio a isso.

Por isso, não podemos permitir que esse tipo de matéria faça esse tipo de generalização, ofendendo, difamando uma categoria como a dos professores, ou, como poderia ser, a categoria dos jornalistas, ou a categoria dos policiais, ou, até mesmo, a dos Vereadores desta Casa. Esta propaganda colocada desta forma é uma ofensa à ética e ao Magistério, que está sinceramente empenhada em construir um novo projeto de escola. Acredito que a Câmara deve fazer um repúdio a isso, que é uma das formas de nos posicionarmos. Eu, pessoalmente, vou entrar com uma queixa-crime e vou estudar uma medida cautelar para retirar esse tipo de propaganda, como cidadão e professor. É preciso que a Câmara se posicione nesse tipo de matéria, pois não está somando e não está ajudando a construir, não está ajudando a enfrentar o desafio que, hoje, é construir uma escola democrática e de qualidade. Pelo contrário, esse tipo de matéria está a dizer: "é assim, vai permanecer assim, e a saída são os cursinhos particulares". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por deferência especial da minha Bancada e também do meu companheiro, Ver. Eliseu Sabino, Presidente da Comissão de Educação e Cultura desta Casa, estou encaminhando a posição da Bancada em relação a esta proposição do Ver. José Valdir no sentido contrário. E por que, Ver. João Dib, que me olha com surpresa? Porque, fundamentalmente, existem alguns aspectos a serem analisados. Nós temos dois Sindicatos de categoria extremamente fortes: CPERS-Sindicato e SIMPRO, que não fizeram qualquer manifestação a respeito via imprensa, nos meios de comunicação. São entidades que têm verbas, dinheiro, fazem publicações na imprensa e poderiam dar a resposta, na imprensa, nos mesmos termos. Nós estamos invertendo a posição. Nós, Vereadores, é que iremos assumir o lugar do Sindicato; não me parece o caminho mais adequado e mais correto, principalmente o Ver. José Valdir, que é filiado ao CPERS-Sindicato. Essa ação, Ver. José Valdir, seria mais própria se fosse efetivada pelo Sindicato.

Por outro lado, tem um outro dado que não podemos esquecer: a realidade está aqui estampada. Não existe nenhum desrespeito ao professor na nossa maneira de ver, esta é a verdade. Se não existissem os cursinhos, seria sinal de que o nosso sistema educacional estaria muito bem. No momento em que nós admitimos os cursos de 1º,     grau supletivo e pré-vestibulares, é porque estamos assumindo que o sistema regular de ensino está em decadência. Esta é a grande realidade!  Não vi, até hoje, nenhuma campanha dos sindicatos, das entidades, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, se manifestar contra essa excrescência que é, hoje, se ter ensino supletivo para crianças, jovens de 14, 15, 16 anos. Daqui a alguns dias, vai-se abolir o ensino regular e vai-se ter só ensino supletivo. Se as próprias entidades admitem, se o próprio professor admite que o ensino está em falência, se Porto Alegre, por exemplo, tem 30% dos seus professores fora da sala de aula em atividades burocráticas, o que é vergonhoso para todos nós, se nós temos, hoje, um sistema em que os próprios alunos dizem que os professores - parte deles graças a Deus, e não a maioria - entram de costas na sala de aula, nós temos que mudar essa relação! Isso serve para uma profunda reflexão que professores, que educadores em geral, que autoridades públicas têm que fazer sobre o sistema público de ensino, e que não tem sido feita.

Tem-se feito é muito "marketing," imprensa falando que nós temos qualidade de ensino, quando não é verdadeiro. Agora mesmo, Porto Alegre implanta um sistema de ciclos de estudo sem nenhuma experiência, Ver. Carlos Garcia! Nós já vimos isso em outras áreas da educação. Imaginem, Porto Alegre implanta um sistema de ciclos sem ter tido nenhuma experiência a respeito. Pegaram as cobaias, tinham autorização do Conselho Estadual para uma escola, agora já ampliaram para dezesseis. Se não der certo depois, é como o calendário rotativo: azar, foram só algumas crianças que perderam. Claro, vai dar certo, porque vai se apresentar estatística, vai se mostrar, em números de estatísticas, que as crianças passaram de ano. Não vão mais rodar na quinta série, porque vão ter um ciclo de 1ª a 3ª,  outro de 3ª a 6ª.  Muito inteligente!  A Deputada Éster, habilmente, conseguiu introduzir na LDB, na última hora , no Congresso Nacional, uma proposta sem nenhuma discussão nacional a respeito! Autoritarismo na educação! Não é assim que se trata a educação! Como é que se implanta um sistema de ciclos sem nenhuma experiência? E, depois, acusa-se o sistema educacional. Por isso é que nós vivemos nesta situação em que estamos: a educação cada vez regredindo mais. É importante que se reflita sobre isso. Acho que o Ver. José Valdir está bem intencionado na sua proposição, mas acho que não cabe a esta Casa, neste momento, se manifestar. Acho que devemos deixar essa discussão para que os próprios professores - colocou bem o Ver. Nereu D'Ávila quando de sua manifestação -, possam analisar, discutir, aprofundar, e ver o porquê desse tipo de manifestação. Por isso, a Bancada do PTB vota contrariamente à proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que está se discutindo aqui não são as mazelas do ensino, não são os problemas da classe de professores do Rio Grande do Sul; o que está se discutindo aqui é o uso de um "outdoor", através de uma agência de propaganda, onde está se explorando uma pessoa menor, cujo nome é Cíntia Zambini, aluna do 1º grau. Quer dizer: ela está apenas chegando a uma tenra idade e acusando uma classe inteira de professores. Está jogando um "travesseiro de penas", está generalizando, sendo explorada por uma agência de propaganda, aparecendo numa foto, o que é proibido por lei. A forma como está sendo propagado o ensino do supletivo, chama-se "achincalhe" aos professores, chama-se "nivelar por baixo". Que temos problemas com os professores, que há professores afastados da sala de aula, que existe problema salarial, problemas com qualidade de ensino, isso ninguém está discutindo. O que se está discutindo é o verdadeiro absurdo que se faz ao se lançar, através de um "outdoor", um imenso "travesseiro de penas" contra uma classe absolutamente competente. Se esse ensino é levado há tantos anos no Rio Grande do Sul é pelos seus professores, pois quem carrega a responsabilidade do ensino são os professores. Na minha experiência pessoal, pois já passei por um grande número de instituições de ensino, desde os cursos primários, só tenho elogios aos professores. Tenho tido a melhor relação e a melhor referência com os professores dos meus filhos, e se fizermos uma enquete com pessoas que têm filhos em escolas públicas ou privadas, ouviremos deles que sabem do zelo e do cuidado dos professores, da tarefa normal de um professor, que não é só ensinar, é também de avaliar, de emitir conceitos, de tomar providências em relação aos alunos, mas providências, inclusive, sociológicas, em relação ao consumo de drogas e a todos os problemas que, hoje, o jovem enfrenta; nós temos problemas no ensino, no salário dos professores que podem não ser bons mestres, mas são as exceções, mas não podemos raciocinar pelas exceções.

Estamos de acordo com o que o Vereador diz, só que não é essa a questão que está sendo discutida. O que estamos discutindo é que um "outdoor" não dá o direito de rebater uma afirmação que saiu da boca de uma adolescente, mas que pode não ser verdadeira, pode ser injusta, e porque injustiça é uma injustiça publicada, uma injustiça disseminada. Vou lhes dizer porque não houve uma reação do Sindicato adequado: pelo cuidado que está tendo em relação a essa adolescente que foi miseravelmente explorada ao ter colocada a sua fotografia aqui e o seu depoimento, o que é, no mínimo, lamentável, porque não reflete a verdade, porque difama uma classe, porque estabelece condições injustas de julgamento a uma classe; isso é inaceitável.

Congratulo-me com o Ver. José Valdir não só pela iniciativa, mas pela coragem de enfrentar um sistema que tem como marca não a virtude do Supletivo Monteiro Lobato, mas sim nivelando por baixo, não dizendo que o Monteiro Lobato é um bom colégio, nos dizendo que os outros são ruins, isso é mau exemplo de como não se deve conduzir a divulgação da felicidade de uma pessoa por ter acesso a estruturas de ensino. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra está com o Ver. João Dib para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, normalmente eu venho a esta tribuna, quando se trata de Moção de Repúdio, para dizer que não deve ser feita, talvez o caso fosse de fazer uma Moção de Solidariedade aos professores; mas, eu acho que, desta vez, vou ficar com a Moção de Repúdio mesmo. Até porque, se deixamos as coisas acontecerem tranqüilamente, elas acontecem com mais gravidade. Por exemplo, no ano passado, o Presidente desta Casa me afrontava e me provocava em todas as Sessões; agora ele não é mais Presidente e já está me provocando até no plenário. Então, eu vou tomar as providências necessárias para que não continue assim.

Vamos fazer uma análise do que está ocorrendo. A nota, a publicidade, a propaganda, o reclame é o que é, porque, atrás, há uma agência de publicidade. Vejam a jovem que foi reprovada duas vezes: teria ela capacidade de redigir o texto que ali está? Vão fazer uma propaganda decente, digna, colocando as coisas com o texto da menina, que é muito bonita, parece ser inteligente, que é absolutamente saudável e eu não entendo por que ela foi reprovada duas vezes. Agora, o curso Monteiro Lobato é feito com o quê? Com alguma coisa diferente de professor? É feito com máquinas, robôs? Ou são professores que ensinam os alunos? Esses professores não terão passado pelas escolas municipais, estaduais? Não teriam sido formados por professores dessas escolas? Então, eu não estou entendendo por que produzirem uma matéria numa agência de publicidade que tem todos os meios para elevar o curso que está sendo elogiado.

Eu não estou entendendo! Assim como eu também não entendo por que o meu amigo Ver. Adeli Sell convocou a CDL, ou pensa convocá-la, para vir explicar a campanha. Tem que convocar o Prefeito, porque ele gastou muito dinheiro da Cidade convidando a população para a melhor liquidação do Brasil. O Brasil não vai ser liquidado, são liquidações no Brasil. "Porto Alegre liquida", seria certo. "Liquida Porto Alegre" está errado. Eu não quero que liquidem Porto Alegre, eu não quero que liquidem o Brasil de forma nenhuma! Então, tem que buscar essa gente, que tem responsabilidade pelo que faz, para que não me agridam mais no plenário. Não quero mais ser agredido, provocado no plenário; eu não quero que esse cursinho, que deve ter boas coisas feitas por aí afora, na Cidade, diga que todos os professores não são atentos com os seus alunos. Eu diria que, na maior parte das vezes, os professores são muito atentos com os alunos, até pelas dificuldades que passam, porque se talvez tivessem toda a tranqüilidade do mundo, eles até não sentissem as deficiências da juventude e da adolescência. Eu também já não tenho mais filhos adolescentes, mas já fui pai de três jovens meninos que poderiam ter-me criado problemas, mas sempre estive ao lado deles, apesar de ser um trabalhador de sete dias por semana. Os meus filhos cresceram e hoje são médico, economista, mas tiveram a assistência do pai. Será que os pais não serão os culpados pela repetência da menina, que é tão bonita, que parece tão saudável, que está tão bem vestida, ou será que a agência de publicidade produziu a menina para colocar na foto, também?

Pela primeira vez votarei em uma Moção de Repúdio. É o fim do mundo,  Dom Pedro II disse que, se não fosse Imperador, queria ser professor. Naquele tempo, talvez o professor fosse mais respeitado. Hoje, qualquer um se acha no direito de desrespeitar o professor, que é a peça mais importante da comunidade, e o resto é o resto, porque, baseando-se no que o professor ensina, nós vamos subir a esta tribuna, ou não, vamos tomar atitudes na vida pública, ou na atividade privada, ou não. Não podemos aceitar que o professor seja agredido ou ofendido. O professor merece toda a atenção do mundo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero, além de questionar o conteúdo da discussão que estamos fazendo aqui, lembrar que, nesta manhã, sobre esse mesmo tema, estamos tomando dois encaminhamentos distintos. O Ver. Prof. Carlos Garcia comunicou uma sugestão ao Plenário: que a Comissão de Educação desta Casa convide a Direção do Supletivo Monteiro Lobato para participar da discussão na Comissão de Educação. O Ver. José Valdir sugeriu que a Casa repudie a posição do estabelecimento. Eu imagino que, se esta Casa tiver uma posição de repúdio ao estabelecimento, esgotar-se-á possibilidade da discussão, na Comissão de Educação, de um tema da maior importância. Deveríamos, inclusive, ampliar essa discussão aqui, sobre se a nota é referente ou agressiva ao conjunto dos professores, ou aos professores específicos aos quais a propaganda se refere. Devemos pensar em optar pela possibilidade da discussão no âmbito da Comissão de Educação desta Casa, sobre a relação que se deve estabelecer entre o professor e o aluno, que é da maior importância para quem discute hoje a questão pedagógica, para quem discute, inclusive, a nova escola, que precisa estar adaptada ao adolescente, deste final de século. Há que se dar muito mais atenção a isso. Essa é uma posição considerada, mais ou menos unânime entre todos os professores.

Acredito que para esta Casa ter uma posição politicamente mais acertada, aprofundada sobre esse tema, temos que fazer um esforço para garantir a vinda da direção do estabelecimento à Comissão de Educação. Fazer uma nota de repúdio da Câmara a um estabelecimento particular ou empresa, do ponto de vista do efeito externo, talvez tenha mais efeito, mas para a compreensão do tipo de relação que tem que se estabelecer dentro da escola entre o professor e o aluno, para o tipo de proposta educacional que vamos querer para os adolescentes, hoje na nossa Cidade, eu tenho a maior segurança em dizer que deveríamos, inclusive, fazer todo o esforço para que a sugestão do Prof. Carlos Garcia seja apoiada por todos os Vereadores. As audiências feitas nas Comissões são abertas, e seria muito importante que pudéssemos contar com a participação e presença de outros Vereadores.

Queria me referir ainda, às colocações feitas pelo Ver. Nereu D'Ávila: achei-as interessantes, mas acho que, quando um estabelecimento coloca na rua uma publicidade, ele é o responsável por essa publicidade. É lógico que isso é feito por uma empresa; acredito que a modelo seja uma aluna, ao mesmo tempo uma profissional. Não temos nenhum dado que nos permita dizer se ela foi explorada   -   essas    são deduções, não sei de onde se tirou - , mas  tenho  uma informação que me chamou muito a atenção: a de que a própria diretora da escola é a Diretora do SINPRO - Sindicato dos Professores. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Fico muito contente que este tema esteja sendo amplamente debatido no dia de hoje. Gostaria de fazer algumas considerações: primeiro, a Diretora do Curso Supletivo Monteiro Lobato, não é do SINPRO, Vera. Clênia Maranhão; ela é suplente da Direção do SINEP,  que é o Sindicato Patronal das Escolas Particulares. Gostaria de chamar também a atenção sobre a questão do termo "atenção". Realmente, nossos filhos adolescentes, muitas vezes se queixam, de não terem tido a atenção que julgam ser a melhor. Mas, a palavra "respeito" tem outra origem, e esse é o ponto que eu acho importante. Atenção é uma coisa, respeito é outra. O Ver. Jocelin Azambuja também levantou alguns temas pertinentes, mas o objeto da nossa discussão, hoje, não é a qualidade do ensino; não é, também, o sistema do nosso ensino. Acho que os cursos supletivos têm uma função social muito grande, porque milhares de pessoas se formam ou se formaram através deles, por uma precariedade do nosso ensino. Mas, nem eles são objeto  da nossa discussão hoje. Talvez seja uma reflexão temática que nós, membros da Comissão de Educação, poderemos propor a esta Casa, para buscar, realmente, uma qualidade de ensino melhor.

Mas, gostaríamos de ressaltar que com o termo "respeito" nós não concordamos e nem vamos concordar. Estamos tomando uma posição individual, porque isso não foi votado aqui na Casa, mas tivemos o cuidado de enviar documentação às escolas particulares de Porto Alegre. Não temos ainda o cadastro das escolas públicas de Porto Alegre, nem das municipais. Mandamos correspondência para o SINPRO - que é o Sindicato das Escolas Particulares -   para o CPERS Sindicato e para o SIMPA, para ouvir dessas instituições, que são órgãos representativos, a sua posição. Qual o nosso cuidado maior? Evitar que, futuramente, propagandas muito bem elaboradas desse tipo possam ocorrer novamente, dando margem a que a população possa colocar em cheque uma categoria. Eu sou professor, mas não é uma questão corporativista: eu poderia me referir a qualquer outra categoria. E nós tivemos, há dois dias atrás, nesta Casa, uma Moção contra a questão do Judiciário. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos aqui, debatendo o Requerimento do Ver. José Valdir, que propõe repúdio ao Curso Supletivo Monteiro Lobato pela veiculação da publicidade, cuja cópia circula no plenário.

Eu quero confessar a todos que, pela primeira vez, eu li essa publicidade. Fui despertado para ela em função da discussão que ocorre na Casa. Eu tenho as minhas dúvidas - e discuti há pouco este assunto com o Ver. Guilherme Barbosa - se, em termos de "marketing", nós não estamos fazendo o jogo do anunciante, na medida em que vamos dar uma dimensão desproporcional para um anúncio de jornal, no meu modo de entender, com a importância que o mesmo deva ter.

Eu sou muito zeloso em relação a dois princípios: um que todos sustentam, que é a liberdade de imprensa - esta Casa, em breve, deve-se reunir para discutir a nova Lei de Imprensa -, e outro que é a propaganda enganosa, que, inclusive, no Brasil, deve-se auto-regulamentar, submetida que é ao CONAR.

O jogo da publicidade, no País, tem sido, ultimamente, muito fértil na criação de meios que possam despertar a opinião pública com o objetivo do alcance da proposta da propaganda. Eu, por exemplo, fui despertado, algum tempo atrás, pela Sra. Geni Machado, com relação ao ônibus em que ela andava, às casas que ela viu construídas, etc. Agora não é a Sra. Geni. É uma mocinha, a Cíntia Zambini, aluna do 1º  grau, que diz: "Quando a gente é jovem, parece que tem todo o tempo do mundo, mas o problema é que parece que o mundo não tem tempo para a gente. Eu repeti o ano duas vezes, claro que eu tive culpa, mas ninguém quis me ajudar, nenhum professor, nenhum diretor me estendeu a mão. Ninguém tinha tempo para as minhas incertezas, para as minhas dúvidas. O que eu mais precisava, e agora eu tenho, eles não me davam. Pôxa! Eu só queria um pouco de respeito."  E aí, então, vem o "X" do problema, porque o Ver. José Valdir, professor, encarnando inclusive o pensamento dominante da sua categoria, entende que isso é ofensivo. Gostaria de dizer que eu penso que está muito bem articulada essa manifestação da Cíntia, e me parece que esse linguajar é muito de "marketing", elaborado por profissionais da área. Fico até com o direito de suspeitar que plantaram isso com o nome dessa menina, que eu não sei se é modelo profissional - como foi aqui levantado - ou, se é uma mera estudante que rodou dois anos e está fazendo um desabafo.

Então, quero lisamente confessar - e o Ver. José Valdir sabe que sou um homem que dificilmente tenho dificuldade em me posicionar; sou muito de bate-pronto, sou a favor ou sou contra - que estou enfrentando alguma dificuldade. Ver. Lauro Hagemann, V. Exa. que foi um dos mais competentes homens de comunicação desta Cidade, marcando largamente um período na antiga Rádio Farroupilha com o Repórter Esso, sabe que esse jogo de "marketing" tem-se que ter uma sutileza muito grande. Eu temo, sinceramente, que estejamos fazendo um jogo que interessa aos anunciantes. Porque, segundo consta no bê-a-bá  do "marketing" publicitário não existe publicidade boa se não provocar reações. Que melhor reação vai provocar essa publicidade do que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, reunida em Sessão Plena, deliberar sobre um repúdio a esta publicidade? Que melhor consagração para o autor da publicidade, que deve, provavelmente, estar naquela fase "leiam-me, gostem ou não gostem, mas leiam-me?"  O Ver. José Valdir conseguiu que, até, eu lesse a publicidade.  Vou sair da tribuna, vou até a minha Bancada pensando: como vou votar essa matéria? "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra, para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, especialmente Ver. José Valdir. Quero agradecer a oportunidade, porque o Vereador encaminhou como autor e me oportuniza, como colega que somos no magistério, encaminhar neste momento, inclusive reconhecendo na nossa Bancada a presença de outros professores, como o Ver. Guilherme Barbosa e, neste Plenário, a presença de professores como o Ver. Carlos Garcia, sempre preocupados com a questão.

O Ver. José Valdir toma uma atitude muito positiva em relação a essa publicidade que afrontou, não uma categoria, mas o ensino público e particular do Estado do Rio Grande do Sul.

Peço a aprovação da Moção, porque estamos com vários problemas em relação a essa publicidade. O primeiro é que essa não é uma fala de uma adolescente: é fala de uma agência de publicidade. Lamentavelmente, no nosso País, parece que a publicidade dá o tom de tudo, e se pode falar de tudo em publicidade, sem que se paute por princípios éticos.

No ano passado, lembrem-se V. Exas., a "Playboy" colocou "outdoors" por todo este País, com uma atriz da Rede Globo, que havia feito 18 anos, dizendo: "Paloma Duarte, 18 anos, corpo de 15."  Esta publicidade varou o Brasil. Buscamos junto ao Ministério Público alguma forma de impedir aquilo que era um chamamento à exploração sexual no modo de ver de muitas pessoas. Não encontramos alento na ação do Ministério Público naquele momento.

Agora encontramos aqui, do mesmo modo, uma publicidade que é ostensivamente contra o trabalho dos professores. Mas mais do que isso, coloca a responsabilidade do fracasso escolar, exclusivamente, no magistério, na medida em que a aluna coloca no texto - poderia tê-lo escrito, mas certamente não foi, pois é um texto publicitário - que repetiu dois anos. Será que alguém tem direito, neste País, em que enorme número da população não chega à conclusão do 1º grau, de fazer um propaganda como esta, colocando como principal solução para os problemas escolares o curso supletivo, o tão questionado curso supletivo? Aqui, nós estamos fazendo um convite dos nossos jovens para abandonar a escola regular e ingressar no curso supletivo. Existe alguma ética nesta propaganda? Ela é absolutamente enganosa, porque nos cursos supletivos não se encontra alento pela sua fórmula, inclusive, de matrícula por disciplina, que não é melhor que a escolarização formal. Ver. Carlos Garcia, é contraditória a sua proposição ao que o Ver. José Valdir propõe. Muitas vezes, esta Casa mantém um debate sobre um tema no sentido de oferecer soluções concretas sobre ele, seja no plano da educação, seja no plano da publicidade, que deve ter sobre ela controle público e deve ter princípios éticos muitos claros, e que não engane a nossa população, não somente do ponto de vista do direito do consumidor, mas, também, do direito da pessoa. Mas coloca junto com isso a perspectiva de que a Comissão de Educação, como muito bem V. Exa. propõe, mantenha este debate. Muitas e muitas vezes, esta Câmara Municipal tem o posicionamento e mantém o debate. Haja vista uma questão tão debatida por nós, a do Meridional, que teve o posicionamento claro da Câmara contrário à privatização, e já estamos indo para a terceira Comissão Permanente de trabalho contra a privatização do Meridional.

Então, para mim está claro. Nós precisamos ter um posicionamento. A proposta do Ver. José Valdir nós dá esta possibilidade, neste dia, de repudiar esta ação que é contra, não somente os professores mas, contra as instituições de ensino público e particular. Mais, não sei como uma instituição de ensino como a Monteiro Lobato se assessora deste tipo de publicidade, porque essa é uma instituição que nós conhecemos, é tradicional no ensino em Porto Alegre e se assessora de uma péssima publicidade como essa, que depõe contra todas as outras escolas da nossa Cidade, públicas e particulares.

Então, Srs. Vereadores, em nome de uma pauta de respeito, de ética na publicidade, mas de respeito à educação, aos alunos, primeiro de tudo, no sentido de que eles não sejam chamados ao abandono da escola formal, para assumirem o supletivo como alternativa, já que esta tem sido uma trajetória da qual nós não temos porquê nos orgulhar dela, é que eu peço que nós aprovemos, hoje, a proposição do Ver. José Valdir, porque a questão é emergencial, nós temos que ter posicionamento sobre ela e manter o debate a partir da batuta do Presidente da Comissão, Ver. Eliseu Sabino, tendo a Casa um posicionamento, porque a Casa não há de se furtar de ter posicionamento a respeito de matéria de tal complexidade e polêmica. Muito obrigada.

 

 (Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando mais se aprofunda a discussão sobre esse tema, mais se aprofundam as dúvidas que me assaltam.

O que está em discussão hoje, com a apresentação desta Moção, é um revolvimento do problema educacional neste País. Não é uma peça publicitária que está em jogo! Não é uma posição de solidariedade aos professores, não é uma proposição de solidariedade aos alunos que se julgam prejudicados pela ação dos professores; é todo um processo, mas nós não vamos elucidar esse processo, aqui, na discussão de uma Moção.

Eu gostaria de dizer que essa peça publicitária deveria ser endereçada ao CONAP - Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária -, para que se pronunciasse a respeito da sua validade. O CONAP é uma autarquia federal, e em muitas ocasiões, já retirou de circulação peças publicitárias que contrariavam a ética, a lei, a visão óbvia da sociedade. Quem autoriza as peças publicitárias é o cliente. A agência produz o material publicitário, mas se não for autorizado pelo cliente, ele não é veiculado. Então, não vamos incriminar a agência que produziu esta peça, isso sobre o aspecto publicitário. Agora, se nós formos considerar a questão educacional, vamos ter que entrar em um outro caminho. Por isso, a dificuldade de se posicionar a respeito desta Moção. É claro que os professores merecem toda a consideração, é claro que estão numa posição de inferioridade hoje na sociedade brasileira. E os alunos, como ficam? Também estão do outro lado, vamos nos solidarizar com os professores? E os eventuais alunos, cuja expressão foi dada nesta peça publicitária, como ficam? E esta Casa vai deliberar sobre o que? É muito simples dizer que vamos deliberar sobre o que está expresso, mas existem coisas subjacentes muito complicadas. É claro que a Câmara de Vereadores não vai resolver o problema do ensino no Brasil, é uma questão muito complicada, porque não há uma decisão política de privilegiar o ensino como atividade principal neste País. Nós estamos fabricando gerações de idiotas, lamentavelmente, é isso o que tem que ser dito, e por culpa dos dirigentes deste País, desde o pré-primário até a universidade. O processo de ensino, neste País, está em falência. Este é um bom momento para se refletir sobre isso. Claro que não vamos resolver, mas vamos apontar a saída. Não foi por nada que o Japão se transformou na potência que é hoje, quando, depois da Segunda Guerra Mundial, ele viu a educação como a principal tarefa do Estado, e hoje é o que é, mas foi uma decisão política, todos os recursos da nação foram prioritariamente dirigidos para a educação. Nós, aqui, não estamos dando atenção nenhuma para a educação. A escola secundária está um desastre, a universidade também e a pré-escola e a primária nem se fala. Por isso, encontro-me muito preocupado em votar esta Moção, porque depende do caminho que vou tomar, estou privilegiando um outro setor da sociedade. Já não falo do aspecto publicitário, porque é da economia, que está gerando toda essa confusão no País. E sem falar o que significa o ensino supletivo em nosso País. Encontro-me em sérias dificuldades para aprovar ou reprovar a Moção do nobre Ver. José Valdir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Moção por solicitação de Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila. (Após a chamada nominal). APROVADO,  15 votos SIM; 6 votos NÃO; 3 ABSTENÇÕES.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não é o meu costume, mas dada a diferença eu questiono a Mesa. Nós temos 15 sim, 8 não e V.Exa. disse 6, existe uma diferença.

 

O SR. PRESIDENTE:  (Após a recontagem de votos do Sr. Secretário.) São 15 votos SIM; 8 votos NÃO e 3 ABSTENÇÕES.

Declaração de Voto assinada pelos ilustres Vereadores do PTB.

“A Bancada do PTB entende que o Professor deve sempre ser respeitado. Mas, repudiar, simplesmente não resolve a questão, mas sim, convidar o Curso para comparecer à Comissão de Educação e prestar informações. Antes de repudiar devemos analisar o ato em sua amplitude e ouvir, ainda, os Sindicatos das categorias.”

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): O Ver. Isaac Ainhorn solicitou para, também, assinar a Declaração de Voto da nossa Bancada e nós, com muita honra, concedemos.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem que apor sua assinatura.

 

O SR. LUIZ BRAZ: A vinda do PDT é muito boa para a unidade trabalhista.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento nº 41/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja e outros, de Moção de Apoio e Solidariedade à Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal que investiga irregularidades na emissão de títulos públicos destinados ao pagamento de precatórios.

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Acho que este é um momento importante do Congresso Nacional, especialmente do Senado da República, que abriu um processo extremamente importante  que justifica a base fundamental da função parlamentar, que é o ato de fiscalização. Eu sempre me bati nesta Casa, e talvez até muitas vezes fui mal-compreendido pelo Executivo Municipal, porque sempre coloquei que a primeira função do legislador é a de fiscalizar os atos do Poder Público; a segunda é a de fazer leis e a terceira, é procurar resolver problemas e questões da comunidade. E o Senado Federal está dando uma resposta à população. Essa Moção, que foi acolhida, de forma positiva, pela maioria dos Vereadores desta Casa, que apuseram sua assinatura na Moção, revela o desejo que todos temos de que esta CPI não acabe, como se diz na linguagem popular, em "pizza", mas acabe com a responsabilização, e o encaminhamento do pedido de responsabilização de todos os culpados.

A imoralidade pública tem que ser vista de maneira profunda, porque não podemos mais continuar admitindo que se tratem as questões da Administração Pública com tanta irresponsabilidade, como se está vendo hoje, nessas matérias veiculadas na imprensa, que coloca a necessidade de que, cada vez mais, os parlamentares estejam atentos aos atos do Poder Executivo. Aqui em Porto Alegre eu passei quatro anos fazendo isso, fui mal-compreendido. Lembro-me de que houve manifestações de pessoas que me diziam para eu me cuidar, pois houve Vereadores de outras legislaturas, que tiveram ações muito cobradoras do Executivo que acabaram não se reelegendo, e de fato, lamentavelmente, essas pessoas acertaram, e eu não me reelegi. Fiquei tranqüilo, mesmo assim, porque entrei, cumpri com a minha missão, saí, estou aqui de novo,  mas, na verdade, não abdiquei, jamais, de fazer aquilo que é dever do parlamentar: os atos de fiscalização do Poder Executivo. E é esse o exemplo que o Senado Federal está dando, principalmente num momento em que se questiona a necessidade ou não do Senado Federal. Mostra o Senado, no seu poder de ação e de agir, junto aos organismos públicos federais, junto ao Banco Central e a outras instituições, a busca de se fazer com que se possa aprofundar, de forma a apurar todas as irregularidades. Doa a quem doer! Tenho gostado muito dos posicionamentos do Senador Roberto Requião que  tem sido duro na sua manifestação, mas que demonstra a vontade que tem de apurar todos os fatos, independente se são ações do seu governo ou não, o próprio governo de Santa Catarina, do PMDB, está envolvido nessa relação, mas o Senador está com a sua posição firme na busca da verdade.

No período de Explicações, se eu tiver oportunidade, colocarei uma matéria sobre fiscalização dos atos do Poder Executivo, refiro-me sobre a exigência, que a SMT está fazendo aos motoristas de táxi, de que apresentem a comprovação da contribuição sindical ao serem vistoriados seus carros. É um abuso do poder público. É dever do parlamentar estar atento a essas ações, fiscalizar, verificar o motivo do governo em fazer uma interferência na esfera sindical. A Constituição proíbe qualquer interferência do poder público na organização sindical. Já entrei com Pedido de Informações para apurar esses fatos graves, não compete à SMT saber se um motorista de táxi está sindicalizado ou não está, isso compete ao próprio motorista já que a Constituição estabelece a liberdade de sindicalização.

Essa Moção procura resgatar a função primordial do Legislativo que é o poder de fiscalizador o Poder Executivo. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores queremos saudar a iniciativa dos parlamentares que subscrevem essa proposta: não fomos convidados a assiná-la, mas se o fôssemos, assinaríamos. A emissão de títulos públicos, seja por empresas estatais, que são os debêntures, seja pelos órgãos públicos, é assunto importante e toca a vida de todos os cidadãos. A emissão de um título público não é um ato burocrático, não é um ato contábil, atrás dele têm razões materiais, ou seja, dívidas públicas, orçamentos mal controlados, ou irresponsabilidades, ou aventuras. Nós estamos vendo, neste momento, que por uma aventura do Plano Real, nós estamos tirando a ventura do povo brasileiro por muitas décadas. Se verificarmos os jornais de hoje, lemos a informação de que a metade dos recursos, que serão auferidos com a venda da Vale do Rio Doce, serão para o resgate de títulos públicos, ou  seja, passamos de uma dívida de 108 milhões para 177 bilhões. Repito, já disse duas vezes neste Plenário: para resgatar essa dívida nós estamos vendendo a Companhia do Vale do Rio Doce. Isso é uma gota d'água no oceano. Não resolve. Essa Empresa, que detém 25% da produção de minerais do globo terrestre, está sendo vendida a esse preço vil para cobrir e resgatar títulos públicos.

No caso da questão de títulos públicos para pagar precatórias, Senhores, isso é, a emissão de títulos públicos é vedada a estados e municípios até o ano 2.000, exceto se comprovado que esses títulos referem-se a precatórios anteriores ao ano de 1988. Essa emissão de títulos públicos também é responsabilidade do Banco Central. Também é responsabilidade do Senado da República. O Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Roberto Requião, deu uma entrevista muito forte, anteontem, à imprensa gaúcha, onde deixava claro duas situações: ele dizia que era crime, e que era caso de polícia, o financiamento das montadoras com o dinheiro público e a isenção fiscal a essas empresas robotizadas, que não trazem emprego coisa nenhuma, ao contrário: a liberação da taxa de importação de 70 para 2% ,  no caso das indústrias de autopeças,  na verdade gera a desindustrialização. Ele dizia que é da responsabilidade do Banco Central, do Senado da República, a fiscalização da emissão desses títulos. E que isso não era visto com a devida profundidade.

Mas nós queremos dar, aqui, a nossa solidariedade a essa iniciativa, mas também dizer que não aceitamos a venda da Companhia Vale do Rio Doce para pagamento e resgate de dívidas, irresponsavelmente contraídas por este Governo que tira a ventura do povo brasileiro. Não aceitamos que apenas os "laranjas" sejam punidos. Temos de ir até o fim, inclusive ir nas corretoras que procuravam os municípios e estados para a emissão de títulos. Temos de ir nos doleiros, nos "laranjas" e, também, nas grandes personalidades, tenham ou não um passado histórico, ou trajetória responsável. Temos que ir até o fim disso. Essa posição colocada, de que alguns serão tratados com indulgência, não transita no Partido dos Trabalhadores. Que a CPI apure, até o fim, doa a quem doer. Sou a favor da proposta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. "Todo és verdad, todo és mentira, todo depende del color del cristal en que se mira".

Na esquerda ou na direita, posições geométricas que  jamais irão definir as idéias, as posições e os compromissos doutrinários das pessoas, venho a este debate, porque quero, sem muito rebuço - eu que hoje tive a desventura de acompanhar o Ver. Lauro Hagemann numa abstenção de voto, situação difícil para min, porque não gosto de ficar fora do processo -, descarregar esse peso de que sou portador, dizer que é evidente que apóio a proposição do Ver. Jocelin Azambuja, inclusive tive o privilégio de ser um dos signatários; consultado que foi por S. Exa., se apoiava ou não a sua proposição, tive o ensejo de dar a minha assinatura de apoiamento, porque quero dizer, com toda a honestidade, que acredito que o Senado Federal, cuja existência já passa a ser até questionada como Câmara Revisora, neste episódio, através da situação do Ex-Governador do Paraná, do Partido Democrático Brasileiro, Senador Roberto Requião, e dos Senadores de Santa Catarina, Esperidião Amim e Wilson Kleinubing, está fazendo um trabalho que a Nação Brasileira tem que apoiar.

Eu não discutiria esse assunto e, pelo meu voto, daria a solidariedade que já ofereci no apoiamento à proposição, não fossem os debates que geraram a proposição. Porque tenho discutido muito com o Ver. Cláudio Sebenelo - é um enriquecimento desta Legislatura a sua vinda para o nosso convívio - , e tenho dito o que, publicamente, já admiti num debate com o Ver. Adeli Sell, que sendo eu um liberal, não sou partidário da privatização. Entendia, como o Ex-Prefeito do Rio de Janeiro, Dr. César Maia, que a privatização da Companhia Vale do Rio Doce devesse ser precedida de um amplo debate nacional, não por problemas doutrinários, mas por conveniências pragmáticas e econômicas. Quero, em função disso, depois de ter publicamente colocado essa posição numa emissora de rádio  -  se não me engano a Rádio Pampa; dizer que fiquei perplexo, no início desta Legislatura, com essa tentativa que se faz de erguer a Companhia Vale do Rio Doce como símbolo da soberania nacional, o que modifica o sentido de um debate que, para ser conseqüente, tem que ser despojado desses radicalismos ideológicos que não comportam equações sérias e conseqüentes. Evidentemente, Sr. Presidente, que, sendo este um debate político, nem condeno quem, aproveitando o ensejo, fez reafirmações de posições relativas à Companhia Vale do Rio Doce. Quero, inclusive, até para que as coisas não tenham mais dúvida, dizer o seguinte: entendo válido um amplo debate sobre as condições, as razões e o modo pelo qual se dará a privatização do Vale do Rio Doce. Mas, não posso, Ver. Juarez Pinheiro - sou um homem muito liso na colocação - não posso entender que isso seja o símbolo da Soberania Nacional, que é muito mais amplo.

Acho que esta Casa pecou quando ficou batendo palmas entusiasta para uns caras lá de Bolonha, quase que ensejando que repetíssemos, aqui, aquilo que foi dito na fronteira do Brasil com a Argentina, quando aquele nosso gaúcho, no passado, disse que "o primeiro gringo que passasse o rio Uruguai ia nos dar o sangue"  para assinar o armistício entre as Farroupilhas e os Imperiais, porque nos acostumamos a resolver os nossos problemas internamente.

Então, Sr. Presidente, quero dizer, com toda a honestidade, que quero que esta Casa debata os problemas que envolvam esta Nação sem descuidar dos problemas deste Município, que me parece, estão sendo deixados de lado, dada a prioridade que está se dando aos termos nacionais. Mas que, ao fazê-lo, vamos fazer sem preconceitos; acho que aqui ninguém é socialista a ponto de ser cego a algumas realidades como eu, inclusive, assumi, como único liberal da Casa. Faço a minha autocrítica por, em determinado momento, ter sido conduzido pelo radicalismo do debate que, às vezes, nos impede, dada a insistência com que se aproveita todas as situações para se opor resistência aos projetos de reformas do Governo de Fernando Henrique, o que vai reduzindo a nossa capacidade de crítica. Fossem os nossos opositores menos radicais, certamente poderíamos ser muito mais transigentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós queríamos registrar a presença da Dona Júlia, mãe do jovem Ver. João Dib, que já se retirou do plenário. Sempre é um motivo importante para saudar a Senhora que todos nós conhecemos.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja. (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu faço questão de vir à tribuna neste momento, apenas para esclarecer uma questão que foi abordada na Casa e, hoje, é matéria de alguns jornais. É uma questão bastante grave, bastante séria. Eu não quero ensinar ninguém, porque não é o meu jeito de fazer as coisas, mas deveríamos, em alguns casos, como, por exemplo, o tratamento de pessoas que são portadoras do vírus HIV, ter um cuidado ainda maior do que aquele que nós, como Vereadores sérios, temos com qualquer outro assunto. Devemos ter um cuidado muito maior, porque a simples publicidade do nome, da identificação do cidadão ou da cidadã, por si já é um problema que, em outros casos, não é. A identificação de uma pessoa portadora do vírus HIV é, em alguma instância, quase que a decretação da morte civil daquela pessoa. Ela dificilmente conseguirá emprego, ela dificilmente continuará mantendo relações de sociabilidade adequadas e aí por diante.

Eu digo isso, porque, recentemente, foi - e acho que motivada pela boa-fé de Vereadores - aqui, nesta Casa, reproduzida uma denúncia que teve origem em dirigentes do Sindicato do SIMPA, de que estava em curso um caso de discriminação dentro da Prefeitura Municipal de Porto Alegre em relação a um funcionário portador do vírus HIV. Nós, como todos os Vereadores, recebemos a notícia. Pela tradicional política e pela idéia de que todos nós agimos de boa-fé, assim como aqueles que nos fornecem informações agem de boa-fé para conosco, não podem nos induzir a erro, fomos imediatamente buscar, junto ao Secretário Municipal de Obras e Viação, informações sobre a situação. É natural que não só o PT, mas todos os Vereadores de todos os partidos, venham a se rebelar e se indignar com uma situação como essa.

Estamos vivendo uma situação difícil, para a qual temos que ter procedimentos. Quero colocar, em nome dos Vereadores do PT, e até da Administração, que, sempre que houver situações como essa, de denúncia, se o Vereador ou Vereadora achar conveniente, nos dispusemos a, num prazo curtíssimo de tempo, buscar as informações para ver se aquela denúncia tem alguma base.

Segundo os dados documentados pela Prefeitura, esse cidadão faltou muitas vezes, sem nenhuma justificativa, e apresentou, no final de uma Sindicância - feita por um procedimento político da Prefeitura, não por obrigação legal, pois empregado pela CLT, ou qualquer trabalhador CLT é demissível a qualquer momento, desde que haja motivo justificado; a Prefeitura assume uma postura de fazer sindicância, a exemplo do que é obrigada a fazer com os funcionários não-celetistas, deu o mesmo direito -, no final da sindicância, já com a relatoria em curso, foi adendado pelo funcionário não um teste laboratorial, mas um atestado de um médico dizendo que ele era portador do HIV. A Prefeitura, que ia demiti-lo, porque na sindicância ficou demonstrado que havia todos os motivos para fazê-lo, não o fez e encaminhou, então, para a assistência médica, para a licença, que era a posição mais adequada, administrativa e politicamente correta. A Prefeitura está solicitando um teste de HIV do cidadão, que é a atitude elementar e óbvia até para saber se realmente o cidadão é portador do Vírus HIV e poder dar atendimento e o  acompanhamento necessários, colocando-o, inclusive em função adequada à sua situação de saúde, não o impedindo de trabalhar. Não podemos decretar a morte civil das pessoas porque são portadoras do Vírus HIV. Elas devem trabalhar, mas em função adequada à sua situação. No entanto, o funcionário se nega a fazer o teste há meses. Então, eu quero o apoio dos demais Vereadores, pois qualquer administração deve se preservar. Essa é uma exigência: que façam o teste de HIV.  No DMLU houve um funcionário que, durante um ano e meio, foi tratado como soro-positivo e no momento em que a Administração solicitou o exame ele pediu demissão, porque não era soro-positivo. Isso cria situação absolutamente ingovernável em qualquer Secretaria.

Gostaria de registrar que o Secretário Estilac Xavier não pode responder por uma situação em que ele agiu da maneira mais correta e lisa administrativa e politicamente possíveis. Faço este registro da tribuna, pois, se houver controvérsia em relação a isso, nós poderemos esclarecer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para fazer ecoar, aqui nesta Casa, declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Títulos Públicos, os precatórios, assim como já fez, brilhantemente, o Ver. Jocelin Azambuja, do PTB. Também eu quero chamar a atenção, grifar, colocar entre aspas, se possível, suas declarações, feitas, esta semana, relativamente à questão dessas montadoras que estão vindo, incentivando e, geometricamente, fazendo com que haja um processo de desindustrialização neste País.

O Senador Roberto Requião - vou ser breve porque o tempo já vai longe - disse que é caso de polícia a política que alguns governadores deste País estão implementando. Política que também é defendida pelos Vereadores do PTB, que agora passam a fazer parte do Governo Estadual e que já fazem parte do Governo Federal. Ele diz claramente: "É crime essa desoneração de encargos, de impostos que são devidos ao Poder Público pela iniciativa privada; é crime utilizarem-se recursos públicos para capital de giro das multinacionais desse setor, que fecham suas filiais nos Estados Unidos, na Inglaterra, e vêm abrir aqui onde há uma desregulação na área do direito do trabalho e onde há a possibilidade de todas as benesses."

  Eu gostaria de saber se o Ver. Jocelin Azambuja - e o desafio para isso, que aqui elogiou o Ver. Roberto Requião, Ex-Governador e hoje Senador, Presidente da CPI-, também endossa essas palavras pronunciadas com toda a clareza, no mais alto som, na imprensa brasileira, em rádios desta Capital. Ou seja, ele denunciou ser crime e diz mais: "Essas empresas são altamente robotizadas, elas eliminam o emprego, e os empregos que elas geram são os de maior custo." Diz, ainda, que “o caminho seria o emprego dessas verbas públicas na nossa falida agricultura”.

Parabéns, Senador Roberto Requião, Ex-Governador, parabéns por essas palavras. Quero dizer que nós temos o entendimento de que está havendo desindustrialização. O Ver. Fernando Záchia, com toda a elegância, me faz sinal de que concorda com minha posição. Vou citar um pequeno exemplo: a nossa indústria de autopeças, que seria agregada a esses setores, foi penalizada, recentemente, com a liberação das importações, ou seja, essas empresas que acompanham as montadoras de autopeças, que pagavam 70% de taxa de importação, hoje passam a pagar apenas 2%. Portanto, o processo de trazer montadoras - repito as palavras do Senador Roberto Requião - é criminoso, é altamente eliminador de empregos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa constata que não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h22min.)

 

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